sábado, 22 de outubro de 2011

Em 1950, cariocas também temiam que Maracanã não ficasse pronto.




A confirmação da decisão da Copa de 2014 no Maracanã gera uma ansiedade dupla: quanto à final da Copa e quanto ao final das obras no estádio.

A expectativa de que uma "tragédia" semelhante não se repita acompanha a preocupação em relação ao cumprimento do prazo das obras no estádio. No mês passado, o Rio prorrogou o prazo de dezembro de 2012 para fevereiro de 2013, e, nesta semana, especialistas da Fifa manifestaram preocupação em Zurique.

A corrida contra o tempo e a preocupação com o cumprimento do prazo repetem o clima anterior à Copa de 1950, diz o jornalista e comentarista esportivo Teixeira Heizer.

"O que havia naquela época era essa perspectiva sombria de que não ia dar certo, de que não íamos ter o estádio pronto a tempo da Copa. Era uma expectativa dolorosa de que não íamos fazer as coisa a tempo, como hoje também", compara Heizer, que era uma das 200 mil pessoas assistindo à final da Copa de 1950, "espremido" no Maracanã.

O Maracanã levou um ano e dez meses para ser construído, tempo menor do que o previsto para a reforma atual. Mobilizou cinco empresas construtoras e 3.500 operários por dia, chegando a 11 mil no fim da obra.

Máximo foi à inauguração do estádio, uma semana antes da abertura da Copa, em 17 de junho de 1950. Era uma tarde de sábado.

O jogo, um amistoso entre as seleções de jogadores "novos" do Rio e de São Paulo, tinha entrada livre e clima festivo, com presença do então presidente, Eurico Gaspar Dutra, e das normalistas, as jovens que estudavam para ser professoras, vestindo uniformes.

O Maracanã ainda tinha andaimes nas arquibancadas. "O estádio não estava totalmente construído, foi inaugurado com estruturas de madeira perto das marquises. Isso deu a impressão de uma coisa inacabada", lembra Máximo.

FONTEwww.bbc.co.uk