segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Município de Boa Viagem completa 147 Anos.


HISTÓRIA DA CIDADE:

Suas raízes históricas remontam aos anos finais do Século XVIII e se arrimam em fatos extraordinariamente aventureiros, tendo como referência um casal de fugitivos amantes. Na versão que se firma, o jovem de nome Domingos Alvarez apaixonara-se perdidamente por certa donzela icoense, por quem igualmente fora correspondido. Não se sabe se por preconceito, compromisso anterior dos pais da jovem ou intriga entre  famílias, a união preconcebida seria aprioristicamente negada. Os dois, então, decidiram-se pela fuga, empresa de grande risco, mas a única opção que o momento oferecia. Fugiram. Nessa fuga e utilizando-se de um único cavalo, tomaram o destino de Quixeramobim, onde certamente o jovem audaz teria proteção. Revoltado com a ocorrência, tida como afrontosa e digna de revanche, o fazendeiro e pai da jovem fujona resolvera tomar vingança, mandando em perseguição uma leva de facínoras. O veredito era simplesmente cruel.  Tocar de volta a jovem, mesmo que necessário fosse atar-lhe pés e mãos, matar o pretenso genro, enterrá-lo no local e apresentar-lhe como prova apenas uma das orelhas. Ao longo da caminhada, que deverá ter sido contínua e apressada, o cavalo dos fujões capotou estafado. Morreu. Os dois, então, vêem-se irremediavelmente perdidos, uma vez que a reação do fazendeiro seria tão certa quanto o amanhecer de cada dia. Sem melhores opções e protegidos apenas por escassa vegetação, acomodaram-se sob os barrancos de um riacho próximo. A folhagem de plantas aquáticas ajudou a encobri-los. Nesse momento, já a escutar os assombros da tropelia, domingos lembrou-se da proteção divina. Era devoto de Maria, a mãe de Cristo. Nesse ápice, orou apressadamente por três e por três vezes exorou o apoio da santa de sua devoção, prometendo, se vivos escapassem à sanha dos seus perseguidores, erigir no local onde o cavalo morrera uma capela e dedicando-a em honra de Nossa Senhora da Boa Viagem. A prece bem não havia chegado ao endereço e por motivos inexplicáveis, a matula se confunde e perde a trilha, deixando incólumes seus perseguidos. Os dois, então, sobreviveram. Nasce desse episódio a povoação de cavalo Morto e nasce, igualmente, o culto à Nossa Senhora da Boa Viagem. O povoado de Cavalo Morto, assim denominado em seus primórdios, teve a sua elevação à categoria de Vila consoante Lei nº 1.025, de 18 de novembro  de 1862. A Lei nº 1.128, de 21 de novembro de 1864, levou o Distrito à categoria de Município. Suprimido, conforme Decreto Interventorial nº 193, de 20 de maio de 1931, restaurou-se na forma da Lei nº 260, de 28 de dezembro de 1936. A mudança de nome, entre Cavalo Morto e a denominação atual, ocorreu segundo Decreto Estadual nº 448, de 20 de dezembro de 1938. Cessados os riscos decorrentes dos aventureiros momentos e apoiado em familiares que o protegiam, Domingos tratou de realizar seus projetos iniciais, desposando a jovem dos seus encantos e erigindo a capela denominada Fazenda Cavalo Morto, acrescida de 50 vacas de cria e um touro reprodutor. Essa doação consta de registro efetuado no Cartório do Tabelião Bento Alvarez da Silva, notário com sede na Vila de Quixeramobim, nascendo, então, a capela cujo padroado dedicou-se à Nossa Senhora da Boa Viagem. Em data posterior, nasceria dessa capela a Igreja-Matriz, tendo como seu primeiro vigário o padre Corrêa de Sá, nomeado conforme Provisão de 4 de maio de 1863. A Freguesia tem como instrumento de criação a Lei nº 1.113, de 27 de outubro  de 1964.
Fonte:www.ferias.tur.br   ;  www.pmbvce.com.br  ;  www.boaviagem.ce.gov.br