domingo, 21 de novembro de 2010

Boa Viagem completa hoje 146 anos..






História
: Suas raízes históricas remontam aos anos finais do Século XVIII e se arrimam em fatos extraordinariamente aventureiros, tendo como referência um casal de fugitivos amantes. Na versão que se firma, o jovem de nome Domingos Alvarez apaixonara-se perdidamente por certa donzela icoense, por quem igualmente fora correspondido. Não se sabe se por preconceito, compromisso anterior dos pais da jovem ou intriga entre famílias, a união preconcebida seria aprioristicamente negada. Os dois, então, decidiram-se pela fuga, empresa de grande risco, mas a única opção que o momento oferecia. Fugiram. Nessa fuga e utilizando-se de um único cavalo, tomaram o destino de Quixeramobim, onde certamente o jovem audaz teria proteção.
Revoltado com a ocorrência, tida como afrontosa e digna de revanche, o fazendeiro e pai da jovem fujona resolvera tomar vingança, mandando em perseguição uma leva de facínoras. O veredito era simplesmente cruel. Tocar de volta a jovem, mesmo que necessário fosse atar-lhe pés e mãos, matar o pretenso genro, enterrá-lo no local e apresentar-lhe como prova apenas uma das orelhas.
Ao longo da caminhada, que deverá ter sido contínua e apressada, o cavalo dos fujões capotou estafado. Morreu. Os dois, então, vêem-se irremediavelmente perdidos, uma vez que a reação do fazendeiro seria tão certa quanto o amanhecer de cada dia. Sem melhores opções e protegidos apenas por escassa vegetação, acomodaram-se sob os barrancos de um riacho próximo. A folhagem de plantas aquáticas ajudou a encobri-los. Nesse momento, já a escutar os assombros da tropelia, domingos lembrou-se da proteção divina. Era devoto de Maria, a mãe de Cristo. Nesse ápice, orou apressadamente por três e por três vezes exorou o apoio da santa de sua devoção, prometendo, se vivos escapassem à sanha dos seus perseguidores, erigir no local onde o cavalo morrera uma capela e dedicando-a em honra de Nossa Senhora da Boa Viagem.
A prece bem não havia chegado ao endereço e por motivos inexplicáveis, a matula se confunde e perde a trilha, deixando incólumes seus perseguidos. Os dois, então, sobreviveram. Nasce desse episódio a povoação de cavalo Morto e nasce, igualmente, o culto à Nossa Senhora da Boa Viagem.
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