quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Cientistas querem exumar Da Vinci para provar semelhança com Mona Lisa

Um grupo de pesquisadores italianos quer exumar o corpo de Leonardo da Vinci para reconstruir o rosto do artista e confrontar a teoria de que o famoso quadro Mona Lisa seria um autorretrato.
A teoria ganhou força com sobreposições feitas de um autorretrato oficial de Leonardo com o rosto de Mona Lisa no quadro. Os estudos apontaram para diversos pontos e traços em comum entre as duas faces.
Os cientistas do Comitê Nacional para a Valorização dos Bens Históricos, Culturais e Ambientais da Itália pretendem exumar a ossada do pintor e, a partir da face, reconstruir sua cabeça.
"Somente a partir deles será possível reconstruir o rosto de Leonardo e confrontá-lo com o autorretrato conhecido dele e com a Mona Lisa", disse à BBC Brasil o antropólogo da Universidade de Bolonha Giorgio Gruppioni, um dos responsáveis pela pesquisa.
A identidade da pessoa retratada no famoso quadro é tida como um dos grandes mistérios do mundo das artes.
As teorias mais comuns são as de que La Gioconda seria a mãe de Leonardo ou a mulher de um mercador de Florença.
Restos mortais
Mas os cientistas terão que enfrentar vários desafios para recriar o rosto de Da Vinci. O primeiro será encontrar os restos mortais do artista.
Leonardo da Vinci morreu em 1519, aos 67 anos, e teria sido enterrado no castelo de Amboise, no vale do Loire, na França. Os proprietários do imóvel devem abrir suas portas para os estudos nos próximos meses.
Como o local foi alvo de saques ao longo dos séculos, não há certeza de que a sepultura seja mesmo a de Leonardo da Vinci. Justamente por isso, os herdeiros do castelo nunca incluíram a informação nos panfletos turísticos locais.
"Ali está escrito que, talvez, ele esteja enterrado ali. A ideia é demonstrar que aqueles ossos, existindo, sejam de Leonardo. Temos que retirar o material e analisá-lo", afirmou Gruppioni.
O presidente do Comitê, Silvano Vincenti, iniciou o projeto Leonardo quatro anos atrás. "As negociações continuam e esperamos que tudo dê certo. Temos tecnologia para avaliar sem fazer maiores escavações. Usaremos incursões com micro-sondas, uma câmera para filmar o interior da tumba e exames de imagens tridimensionais para verificar o estado da tumba e nos certificarmos da presença de ossos", afirmou ele à BBC Brasil.
A etapa seguinte seria comprovar se os ossos, caso sejam mesmo encontrados, são de Da Vinci. Para isso, os pesquisadores estão na busca por descendentes vivos, o que é pouco provável, ou por familiares sepultados nos cemitérios da Itália, com maior probabilidade nos arredores de Bolonha. Essa é a parte mais complexa da pesquisa. "Ao extrair o DNA dos ossos teremos que compará-lo com o de alguém que tenha tido um grau de parentesco com Leonardo da Vinci", explica Gruppioni.
Um ponto de partida já foi identificado mas ainda precisa ser melhor avaliado. "Encontramos um pintor, que seria um descendente de linha paterna de Leonardo da Vinci, enterrado em Bolonha, na virada dos séculos 15 e 16, mas temos que aprofundar a pesquisa", disse Vincenti.
Fonte:noticias.br.msn.com