domingo, 30 de agosto de 2009

De olho nas eleições de 2010

Setembro inicia contagem regressiva
Mudanças partidárias, filiações, aprovação das regras eleitorais: tudo isso tem prazo para poder valer nas eleições de 2010, 3 de outubro, a um ano do pleito. Com um olhar sobre o cenário presidencial de hoje, O POVO mostra como setembro promete definições
Se o roteiro político das eleições presidenciais de 2010 parecia estar bem definido, uma sucessão de fatos novos, ocorridos nos últimos 30 dias, bagunçou todo o esquema montado por alguns partidos. A saída da senadora Marina Silva do PT para o PV, o desgaste da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT) e até a absolvição, no Supremo Tribunal Federal, do ex-ministro da Fazenda, Antonio Palocci (PT) apimentaram a disputa e abriram novas possibilidades para o ano que vem.
Daqui para frente, a tendência é que o jogo fique ainda mais embaralhado. Agora, é só uma questão de tempo até que a senadora Marina, o deputado federal Ciro Gomes (PSB) e a vereadora Heloísa Helena (Psol-AL) decidam se encaram ou não a briga pela Presidência da República – a primeira sem a participação direta de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nos últimos 20 anos.
Em jogo, está a nova hegemonia política nacional. Há oito anos no poder, o PT começa a ter sinais de que não será tão fácil transferir os votos de Lula para a pré-candidata oficial da sigla, Dilma Rousseff - que aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, bem abaixo do governador de São Paulo, José Serra (PSDB).
Na contramão, o PSDB vem com tudo para retomar o poder perdido em 2002, embora ainda não tenha conseguido escolher qual será seu candidato na disputa - se Serra, conforme deseja a cúpula do partido, ou o governador de Minas Gerais, Aécio Neves.
Setembro decisivo
A esta altura do campeonato, decisões como a do PSDB até podem ser adiadas. Entretanto, várias outras lacunas existentes no atual cenário político estão prestes a perder o prazo de validade. O mês de setembro será decisivo para a definição de boa parte do quadro eleitoral de 2010. Isso porque mudanças de domicílio eleitoral dos concorrentes, por exemplo, só podem ser feitas até um ano antes da votação (que será dia 3 de outubro de 2010) - decisão que afeta políticos como Ciro Gomes, cogitado para disputar o Governo de São Paulo, bem longe de seu Estado de origem, o Ceará.
Quem quiser mudar de partido - como fez Marina Silva - ou se filiar em algum para disputar um cargo eletivo, também precisa se apressar, pois o prazo acaba igualmente no começo de outubro. No caso dos que já possuem cargo no Legislativo, é necessário encarar o risco de perder o mandato, sob pena de ser acusado de “infidelidade partidária” - ainda há uma tentativa para que se crie uma “janela da infidelidade”, período em que seriam permitidas as trocas sem penalidades, mas sem nada definido.
A data-limite é ainda mais apertada para a aprovação de novas regras para a próxima eleição. Qualquer mudança nas normas do jogo deve ser aprovada no Congresso Nacional até o fim de setembro. Numa corrida contra o tempo, a chamada reforma eleitoral volta às discussões no Senado na próxima terça-feira, e se os senadores fizerem qualquer mudança no texto, tem de retornar à Câmara, para nova votação.
Na edição de hoje, O POVO traz uma ampla discussão sobre o atual cenário da disputa presidencial, numa contagem regressiva deflagrada a partir desse mês de setembro para uma série de mudanças e definições.

SETEMBRO DECISIVO
*O prazo para aprovação do projeto de Reforma Eleitoral, com as novas regras para o pleito de 2010, precisa ser aprovado até 30 de setembro, para sanção do presidente até 3 de outubro.
*Quem deseja mudar de partido para concorrer a cargo eletivo também deve correr para oficializar o pedido - o prazo final é 3 de outubro.
*O mesmo prazo serve para interessados em mudar de domicílio eleitoral.
Fonte: o povo