sábado, 30 de maio de 2009

será o fim dos orelhoes?

A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Pro Teste) antecipou com exclusividade para ÉPOCA um estudo sobre as condições dos telefones públicos em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. Ao todo, foram 853 orelhões. O resultado é desastroso: apenas 5% dos aparelhos estão ao mesmo tempo limpos e funcionando. Os orelhões são da Oi, Brasil Telecom (adquirida pela Oi) e Telefônica (confira ao final do texto os principais resultados do levantamento). Foram analisados 274 aparelhos no Rio de Janeiro; 324 em São Paulo e 255 em Porto Alegre. Desse total, 75% se encontravam nas ruas, em lugares abertos; 23% estavam em estabelecimentos comerciais, como supermercados e shoppings; e os outros 2%, em escolas, cemitérios, hospitais, metrôs, prefeituras e terminais rodoviários. Embora as operadoras de telefonia fixa mantenham a quantidade de telefones públicos instalados no limite exigido pela Agência Nacional de Telecomunicações – seis unidades para cada mil habitantes –, o serviço vem declinando. Nos últimos sete anos, o número total de orelhões instalados caiu em 300 mil unidades. Além disso, a manutenção tem deixado a desejar. O maior prejuízo é para a população de baixa renda que usa o pré-pago para receber chamadas, mas dá retorno pelo telefone público. Do total de telefones públicos observados, apenas 88 unidades tinham aspecto de novas, segundo a Pro Teste – cerca de 10% do total de telefones de cada cidade pesquisada. A entidade encontrou 61% das cabines telefônicas limpas. O restante estava sujo, enferrujado, quebrado ou tinha arranhões, pichações, adesivos com propagandas políticas e anúncios eróticos. Mesmo os aparelhos instalados próximos a serviços de emergência, como hospitais ou delegacias, apresentavam problemas. O vandalismo é o principal responsável pelas más condições de uso dos orelhões. Mas também pode haver uma parcela de culpa das operadoras. ÉPOCA ouviu a Telefônica e a Oi sobre o estado de seus orelhões. De acordo com nota oficial, a operadora Oi afirma que em abril de 2009, por exemplo, do total aproximado de 96,7 mil orelhões do estado do Rio de Janeiro, 14% foram danificados, em média. Neste mesmo mês, cerca de 900 campânulas (coberturas dos orelhões) também foram danificadas. A empresa diz que atende às solicitações de reparo enviadas por consumidores e entidades públicas, pelos canais de atendimento ao cliente (103 31, 103 14). Em 2008, diz a operadora, foram atendidos 99,4% dos pedidos de reparo de orelhões em até 8 horas. A companhia está de acordo com a meta estabelecida pela Anatel, que é de 98% para este prazo.A assessoria da Telefônica diz que a operadora faz permanentemente a manutenção e higienização dos 250 mil telefones públicos em 622 municípios do Estado de São Paulo. Como cerca de 25% dos orelhões do Estado são depredados todos os meses, diz a empresa, em quatro meses não haveria um só orelhão em condições de uso no Estado, caso não fosse feita a manutenção. A Telefônica afirma gastar todo mês R$ 1,2 milhão para recuperar os orelhões danificados. Ainda segundo a operadora, 99,5% dos pedidos de reparos, feitos por usuários por meio da Central de Atendimento 10315, são atendidos em até 8 horas, também superando a meta da Anatel.
Fonte:revistaepoca.globo.com